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os últimos anos, as áreas ligadas à Business Intelligence (BI) receberam aporte de volume e performance. Entretanto, diversas empresas adotaram essas medidas sem ter um objetivo atrelado, sem saber aonde queriam chegar. Foi justamente a falta de estratégias de business intelligence que que fez com que muitas companhias ficassem pelo caminho.

Já estamos na metade de março de 2019, e a tendência apontada pela maioria esmagadora dos especialistas é de que esse campo continuará crescendo. As ferramentas de BI estão cada vez melhores e o custo está se tornando mais acessível. Além disso, há um número maior de profissionais estudando o tema, o que contribui para que a sua implantação se torne mais fácil.

Porém, isso não exime as empresas de uma preocupação: o planejamento. Implantar BI em uma companhia sem ter uma estratégia clara do que se pretende com isso pode representar um gasto desnecessário e sem perspectivas de ROI (ROI é umas das métricas mais importantes e indica as estratégias que estão dando resultado, é um termo em inglês que significa Return On Investment – Retorno Do Investimento) .

O sucesso nesse segmento passa pela criação de estratégias claras.

1. Tenha um problema para resolver

Qual problema você pretende resolver em sua empresa com a implantação de um setor de BI? Se a resposta a essa pergunta não estiver na ponta da língua dos gestores, repense a adoção desse tipo de ferramenta. A tecnologia deve ser um fator capaz de melhorar as condições de trabalho, poupar tempo dos colaboradores e permitir a tomada de decisões mais assertivas.

Se nada disso está previsto na implantação de BI, então você estará apenas substituindo um método de ação por outro, sem que isso implique em ganhos reais para a empresa. Para evitar que um investimento se torne uma mera despesa, reúna-se com suas equipes e tente vislumbrar uma rota, um caminho pelo qual a BI ajude-o a ser mais produtivo ou competitivo.

2. Tenha prioridades e saiba tratar os dados

Dados são como ferramentas: eles não são um fim em si, mas um meio para que você atinja outros objetivos. Um martelo tem o propósito de pregar pregos. De nada adianta comprar um martelo se o seu objetivo é consertar um chuveiro. Nesse caso, seu problema requer ferramentas diferentes.

Com os dados é a mesma coisa. Coletá-los por si só, em pequenas ou grandes quantidades, não é nenhuma garantia de bons resultados. Isso porque pode ser que os dados em questão sejam irrelevantes para resolver o problema que você tem em mente. Isso recai no que dissemos anteriormente: qual é a sua estratégia para obter tais dados?

Para quem está começando, trabalhar com grandes quantidades de informação, além de ser mais dispendioso e trabalhoso, trará poucos resultados práticos. Se houver muitos problemas a serem resolvidos, é preciso priorizar aqueles mais urgentes e buscar os dados necessários para a tomada de decisão.

3. Qualificação: quem será o responsável por essa estratégia?

Apesar de o número de empresas que adotam BI em suas estratégias de negócio estar crescendo, podemos dizer que essa é a uma área relativamente nova no mercado de trabalho. Há muitas pessoas buscando qualificação nesse segmento e pode ser que sua companhia não tenha um profissional adequado para desempenhar essas funções.

Assim, buscar especialistas no mercado ou qualificar internamente alguns dos seus colaboradores para atuarem nesse ramo é fundamental para ter sucesso. Caso contrário, você corre o risco de ver um alto investimento em tecnologia “dar errado” pelo simples fato de não haver pessoas com qualificação suficiente para extrair o máximo dessas ferramentas.

É natural que, em um primeiro momento, essa missão recaia sobre os gestores ou até mesmo sobre os profissionais que tenham maior facilidade em lidar com números e gráficos. Todavia, é de suma importância ter pessoal dedicado para lidar com essas tarefas.

4. “Tentativa e erro”: a BI está mesmo funcionando?

Depois que a tecnologia é implantada e que efetivamente os colaboradores colocam a mão na massa é que se percebe quais são os possíveis problemas operacionais. Além disso, pode ser que o caminho escolhido não seja o mais adequado e os números mostrem que é preciso adotar outra estratégia.

Na BI, assim como em outras áreas de tecnologia, a premissa de “tentativa e erro” também se aplica. Após colocar uma ideia em prática, é preciso monitorá-la e validá-la. Vale a pena seguir adiante por aqui ou é melhor mudar o caminho? As respostas virão com o tempo – e é normal que vez ou outra seja preciso ir em outra direção.

O importante nesse caso é que o devido acompanhamento seja feito, para que o diagnóstico do que funciona ou não seja feito de forma rápida. Caso as coisas não estejam ocorrendo como o esperado, seja flexível o suficiente para rever a estratégia. Insistir no erro tendo dados em mãos que indicam que o caminho em questão não é o melhor é praticamente injustificável perante o uso de ferramentas modernas.

5. Atenção ao storytelling: desenvolva narrativas a partir dos dados

Os números por si só não têm um poder de convencimento tão grande quanto o das histórias. A narrativa deve ser desenvolvida de forma a maximizar o valor das informações, partindo da origem do problema, passando pelas hipóteses levantadas e pelas ações tomadas até que se chegue a resultado – que todos esperam, seja positivo.

Os líderes devem incentivar os seus colaboradores a buscarem conexões entre as informações, de maneira que haja um sentido comum no uso dos dados. Por exemplo, há casos em que simples mudanças climáticas – como dias chuvosos versus dias ensolarados – são suficientes para impactar no volume de vendas.

Nesse caso, o insight é perceber que um fator sobre o qual a sua empresa não tem controle (o clima) influencia no volume de vendas, para mais ou para menos. O problema a ser resolvido, portanto, é como vender mais nos dias chuvosos? A partir da análise do histórico e dos dados disponíveis a empresa pode buscar estratégias para compensar essas perdas.